Carlo Ancelotti renovou contrato com o Real Madrid e não vai assumir a seleção brasileira, como era o plano de Ednaldo Rodrigues
No entanto, a renovação de contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid não vai tirar o sono de ninguém na CBF. Neste momento, o que mais importa para os cartolas é a articulação política, conchavos e práticas antigas que mantêm a organização do nosso futebol a mesma de sempre.
Ednaldo Rodrigues, presidente que dizia ter acerto verbal com o italiano, vai se apressar em dizer que sua saída do cargo colocou tudo por água abaixo. Mas será que ele não vai considerar que o movimento dele de se unir com Gustavo Feijó e Flávio Zveiter também foi prejudicial? Que sinal que você passa quando se une a um político que meses atrás entrava na Justiça para te derrubar?
Que tipo de imagem a CBF passa quando Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, cartolas investigados por todos os tipos de delitos no futebol, participam ativamente da formação de alianças políticas mesmo com banimento em prática? Como explicar ao italiano que Ednaldo chegou falando que era a mudança da velha política e agora se une a ela?
Imagina se Ancelotti fosse se inteirar sobre o processo político e descobrisse que, mesmo que os 40 clubes se unissem, não conseguiriam escolher o presidente da instituição que comanda o futebol no país? E que quando tiveram a chance se dividiram em dois grupos, ignorando completamente qualquer chance de melhorar o futebol pensando apenas no dinheiro. Imagina descobrir que as federações têm mais poder do que os times?
Ancelotti, a seleção brasileira é uma sobrevivente. Pela sua história, pelo talento em abundância no país e pela paixão do povo pelo esporte. Mas a verdade é que se dependesse só da organização… já teria morrido.
Danilo Lavieri – Colunista do UOL